12 novembro 2005

BOA NOITE, DIA

Sua, minha paz.
Silêncio que alma pede, para ser ela, é em seu eu que mora.
Está até mesmo nele, já que em mim vive sempre,
mas como de passagem segue, de quando em quando,
me leva sempre até você, que sempre em sempre.
Divagações. Meras repetições.
Sou o repetir. Assim como você.
Mas o que seria o amar sem necessárias repetições?
Repetições de mim, repetições de quem amado,
repetições de você.
Onde me vejo agora,
senão no pouco onde vi a mim nele?
Onde me vejo...
Em você me vejo, mas a mim não me mostro.
O que mais mostrar a qual vê tudo?
Poderia? Deveria?
O não me ver se mostra sempre para mim.
Não busco o espelho. Sou o próprio espelho.
Reflito você, que sim e não se mostra a todos,
e a mim, que não e não me mostro a ninguém.
O que mostrar? Nada a ser visto.
Nada que quisesse ver em outros,
poderia eu apenas mostrar a mim.
O alheio. É o outro que move a busca.
Sempre repetição.
E sempre, como sempre, sem fim que o diga.

10 novembro 2005

...

Eis que começa a amar. Descobertas umas poucas verdades e mentiras da vida, ele chega. E vem sempre mais que o pleno, por primeiro que é. Já que sem parâmetros, ele é ele. E por sê-lo, aí então, a dúvida: Ele é o que é? Ele é o que parece ser a quem está olhando para ele de frente? Se não for, será depois sabido como não sendo, ou apenas menor o sê-lo, quando comparado aos outros que então futuro?
Você seria capaz de saber como se começa a amar alguém?
Em que momento, em que fase, em que frase? Saberia?
Eu não sei.
E se eu amasse sem saber?
E se eu não soubesse como amar?
Alguma muda resposta? Coração só bate coração. Não mais, não menos, apenas apenas. E apenas é pouco? Não, apenas é único;
"...De tão errado que é isso tudo, o errado não existe mais. Agora tudo é certo..."

No meio de tudo, o corte:

E a profecia cumpre-se? Feliz no jogo, infeliz no amor. Infeliz no amor? Não. Impossível não felicidade o conhecer ao que foi, como jogo, feito em quatro mãos. Construir no caos o que dure. E é assim que seria. Rasgadas todas as gramáticas, ainda assim apenas futuro do pretérito. Nem hoje, nunca amanhã, e ainda assim não ontem.
Não sonho a felicidade dos deuses. O muito menos deles seria o bastante aos que somos todos. Mas nem face dela foi dada mostra a quem quis vê-la. Nem em antes. Nem em depois.
Silêncio...
E quanto mais ele, menos o par, só o ímpar.
Assim, sem maiores dores aos olhos que não vêem telas, mas que enxergarão finais, eis o esperado. Aos olhos que de outros, o final. O que em noites outras foi falado, mas que nunca conseguido, hoje assim é feito for força de mãos que não as quatro que jogavam o jogo.
Serão então as quatro mãos exemplo de fraqueza? Não. Serão as quatro mãos sentido de cuidado. De querer bem, antes de qualquer outro querer, mesmo que apenas ao longe.
Esse é o maior querer. E esse é o que dura, mesmo construído em caos.

02 novembro 2005

MAR E ILHA

Agora, apenas eu e você. Apenas nós, e nada. Nós? Nada? Nada.
O que me persegue, senão sombras? O que faz a sombra, em mim, deixando escuro o que o sol quer mostrar, a essas tão poucas horas de manhã vista? Sedação, perdimento.
Não fui querendo a lugar nenhum, afora em mim, e no que hoje fui, nada vi. Eco de silêncio. Vazio. O tudo que foi embora sem que percebesse, sequer, que esteve em mim, não deixou bilhete de despedida. Foi-se. Como vão-se amores, lembranças, pensamentos, e tudo o mais que nunca então teve morada em canto outro, senão aqui.
Sequer palavra deixou a mim, lugar de pouso. Palavras não pousam. Voam. E como vôos que são descrevem em céus e infernos o que sequer ouso. O não ouvir palavra. A afirmação dela pela força do não dizer, e então nado...
Ali vejo o mar. E nado. E nada. Não sei nadar. Caminho nele a passo curtos, contados, como em cálculos de equações inexatas dos quais me faço. Não corro, mas não paro. Nunca parei. E eis-me assim: Cercada. Por vezes de mar, quase sempre de ar, mas nunca escuro, mesmo que sempre não luz.
Em penumbras vejo a ilha, que não chão nem mar, mas que também nunca céu. Olhei o céu? Por acaso vi o céu? Fomos apresentados, ele e eu, em data de festejo?
O que festejar, se nada é festa? Se nada sou, também, como comemorar? Em que brinde com taça será feita a lembrança por registro? Que registro darei a nada? E a posteridade, o que levará do que não digo, não mostro e não faço? Apenas meus nãos serão levados nela, como ondas pequenas que são e não marcam? O que rastro? Nada?
Em mim que nada sou, e que portanto não existo, terá o sim único o poder da mutação?
E ilha, e ilha... Não amparo. Não firmeza. Desconhecido? Sempre. Mesmo quando ando em voltas, são esquinas inexistentes que temo. Temo? Temer o que não há? Como pode? Como pude?
Devaneios, só. A sós, devaneios.
Mares e ilhas de mim. Navegados e percorridos em mim, que neles navego e percorro o não ser. Ainda que sendo, então, apenas mera vontade de nada.
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