OMNIA VINCIT AMOR
Como concordar com Virgílio? Sob quantas mantas, e atrás de quantas paredes, ele estava, quando escreveu isso? No mais das vezes, verdades absolutas alcançam apenas o latifúndio de um braço à frente da boca, às vezes nem...
Deveria estar ele, no momento, movido por paixão, qualquer que fosse ela. Sim, claro. Apenas um ser apaixonado pensa com tanta grandeza, estando à mercê de toda sorte de provações, tempestades e ameaças.
Como entender Virgílio? Vê-lo como um bravo, que caminha sobre brasas como prova do seu amor incondicional por algo ou alguém? Percebê-lo como louco, que a despeito dos perigos que o rondam, ainda assim resiste, persiste, e não teme a derrota do seu corpo, que virá certamente? Ou será que ele apenas sofreu, como muitos, as dores todas de amores e suas faltas, um dia esquecidas pelo tempo, pela distância, e concluiu que sim, o amor vence tudo; desde que não sejamos covardes o suficiente para apenas esperar que isso aconteça?
Fico devendo essa resposta a mim. Por hora, busco uma manta, ao menos, e uma parede a mais.