54º G.L.
Como num suicídio mal-feito, lento e dolorido,
Assisto inerte à desconstrução de mim e do que vejo.
Até aqui, onde mal escrevo, me leio cada vez pior;
E entre goles longos de solidão e tristeza,
Só alívio, por não haver testemunhas.
Como sempre, o medo ou a vergonha,
Quem sabe os dois juntos,
Apagam em mim qualquer rastro
Da menor coragem
Presente em todos os covardes.
O que busco parece tão pouco e comum,
Ter em mim um alento qualquer, mas, nada...
Não encontro brilhos de certezas que me inquietem,
Nem sombras de dúvidas que me protejam.
Mas ainda assim, ainda assim, busco sinais.
E pouco importa a mim que sejam de mais ou de menos:
Não sou eu nem uma coisa nem outra, em verdade.
- Garçom, mais um absyntho.
Ou outra dose de qualquer coisa
Que mate apenas lentamente minha própria felicidade.
"O poeta é um fingidor..."
A partir de Erasmo para Thomas.
Assisto inerte à desconstrução de mim e do que vejo.
Até aqui, onde mal escrevo, me leio cada vez pior;
E entre goles longos de solidão e tristeza,
Só alívio, por não haver testemunhas.
Como sempre, o medo ou a vergonha,
Quem sabe os dois juntos,
Apagam em mim qualquer rastro
Da menor coragem
Presente em todos os covardes.
O que busco parece tão pouco e comum,
Ter em mim um alento qualquer, mas, nada...
Não encontro brilhos de certezas que me inquietem,
Nem sombras de dúvidas que me protejam.
Mas ainda assim, ainda assim, busco sinais.
E pouco importa a mim que sejam de mais ou de menos:
Não sou eu nem uma coisa nem outra, em verdade.
- Garçom, mais um absyntho.
Ou outra dose de qualquer coisa
Que mate apenas lentamente minha própria felicidade.
"O poeta é um fingidor..."
A partir de Erasmo para Thomas.