A MÃO E O TEAR
Em nobres tecidos mergulham-se pensamentos, e entre agulhas de ouro e prata, se fiam palavras sem sentidos a outros nus, que por mais que os tenham em si, não se fazem entender por quem os vestem.
No paradoxo do vestir e desnudar, escondido o que se mostra, e exposto o que não se enxerga, faz ver ali sempre o detalhe, por quem entende o seu feitio. Não eco: O de outros olhos. Outros eles que, acertada e curiosamente, varrem espaços entre linhas e procuram, em pontos dados, viéses de fatos vividos por si, ou imaginados ali, ou supostos em vários.
Não caberá nunca o desfazer da costura. O avesso sempre estará à mostra de quem o busca, mesmo quando visto por lado outro. Avesso... Às avessas sempre alinhavos distintos a quem os faz, que destros parecem, mas que à esquerda andam sempre, em via inglesa.
Por que não a simplicidade de um tear? Por que não apenas uma única agulha e uma mera linha, que serviriam para pôr pontos onde faltam eles? Não, porque apenas pontos não bastariam. Se apenas eles, seriam sobras, não acabamento.
O simples não seduz pela facilidade aparente, mas pelo sentido oculto que nele é buscado. Assim é desde o sempre, e sempre o será.
Queres ver então, a mim, dessa forma? Não terás o esperado. Sou o que não se espera. Serei o que de mim aguardo. Sempre linha e agulha a fazer vestes que não cobrem a nada, nem a mim, que não as quero. Mas que as preciso, pelo encantamento de nada mostrar, a quem tudo quer ver.
Não esperas? Não, espera. É assim que terás o que buscas. Surpresas guardadas em ti, nunca em mim. Os sentidos muitos do que vês, estão apenas em ti. Nunca meus, e nunca serão.
Apenas por isso, e apenas assim (como se meros fossem, o isso e o assim), mesmo que tenhamos as linhas mais simples e as agulhas mais frágeis, nunca alinhavos. Vidas não se costuram apenas com isso, e assim. Também, sim. Nunca apenas.
Não encontrei a agulha única, e a mera linha de mim fugiu.
Não o previsível serei. Não a ele darei vida. Estando nós em linhas de vida misturadas, também a ele não terás.
Por isso faço-me assim. Para que não aches nunca, mas para que nunca pares de procurar.
No paradoxo do vestir e desnudar, escondido o que se mostra, e exposto o que não se enxerga, faz ver ali sempre o detalhe, por quem entende o seu feitio. Não eco: O de outros olhos. Outros eles que, acertada e curiosamente, varrem espaços entre linhas e procuram, em pontos dados, viéses de fatos vividos por si, ou imaginados ali, ou supostos em vários.
Não caberá nunca o desfazer da costura. O avesso sempre estará à mostra de quem o busca, mesmo quando visto por lado outro. Avesso... Às avessas sempre alinhavos distintos a quem os faz, que destros parecem, mas que à esquerda andam sempre, em via inglesa.
Por que não a simplicidade de um tear? Por que não apenas uma única agulha e uma mera linha, que serviriam para pôr pontos onde faltam eles? Não, porque apenas pontos não bastariam. Se apenas eles, seriam sobras, não acabamento.
O simples não seduz pela facilidade aparente, mas pelo sentido oculto que nele é buscado. Assim é desde o sempre, e sempre o será.
Queres ver então, a mim, dessa forma? Não terás o esperado. Sou o que não se espera. Serei o que de mim aguardo. Sempre linha e agulha a fazer vestes que não cobrem a nada, nem a mim, que não as quero. Mas que as preciso, pelo encantamento de nada mostrar, a quem tudo quer ver.
Não esperas? Não, espera. É assim que terás o que buscas. Surpresas guardadas em ti, nunca em mim. Os sentidos muitos do que vês, estão apenas em ti. Nunca meus, e nunca serão.
Apenas por isso, e apenas assim (como se meros fossem, o isso e o assim), mesmo que tenhamos as linhas mais simples e as agulhas mais frágeis, nunca alinhavos. Vidas não se costuram apenas com isso, e assim. Também, sim. Nunca apenas.
Não encontrei a agulha única, e a mera linha de mim fugiu.
Não o previsível serei. Não a ele darei vida. Estando nós em linhas de vida misturadas, também a ele não terás.
Por isso faço-me assim. Para que não aches nunca, mas para que nunca pares de procurar.
1 Comments:
Adorei os textos...de verdade!!
Vou dizer uma coisa, sabe, eu comecei a ler e ... enfim, eu quero dizer que você escreve como uma Filha de Gaia...
acho que vou voltar... esperando atualizações.. abraços. :D
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